Maio Laranja

 

Publicado em: 24/05/2019 11:36 | Fonte/Agência: Prefeitura | Autor: Prefeitura

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O abuso sexual infantil ainda é um tema cercado de tabus e de difícil abordagem, causados principalmente pelo preconceito e pelo silêncio das vítimas – que nem sempre compreendem a dimensão do que está acontecendo com elas – e também pela “vergonha” de suas famílias que se sentem impotentes diante da situação. Todos estes fatores são os maiores complicadores para um real panorama da situação nacional, causada pela falta de dados estatísticos.


         Apesar da temática complexa é necessário falar sobre para desmistificar o assunto e também proteger cada vez mais nossas crianças e adolescentes, pois, nem todo mundo tem idéia do quanto crianças são vitimadas todos os dias e precisam de proteção.


         Segundo dados do Disque-Denúncia em 2017, foram mais de 120 mil denúncias recebidas, sendo que desse número mais de 70 mil eram relacionadas à violência e violação dos Direitos Humanos de crianças e adolescentes.

         Segundo o Sistema Público de Saúde (SUS), em 2016, foram registrados 22,9 mil atendimentos a vítimas de estupro no país, destas mais de 57% desses casos eram de vítimas entre 0 e 14 anos, sendo que 6 mil vítimas tinham menos de 9 anos de idade.


         Apesar dos dados ainda não demonstrarem a realidade e quantidade real dos casos que vem ocorrendo, ainda assim os números se mostram  alarmantes, vale à pena também enfatizarmos o quanto muitas vítimas acabam sofrendo em silêncio, já que o tema ainda é um tabu na nossa sociedade. Quebrar o silêncio pode significar ajudar outras vítimas a terem força de lutar contra seus agressores e de relatar a realidade vivida.


         Para se ter uma idéia da importância do tema, foi criada até um dia específico voltado ao combate do abuso sexual infantil com o objetivo é mobilizar a sociedade e engajá-la no tema, motivando as denúncias de violência e abuso e também oferecendo informações para que os pais e protetores consigam reduzir os casos e manter as crianças e adolescentes cada vez mais seguras.


         A escolha desta data é em memória do “Caso Araceli”, um crime que chocou o país na época. Araceli Crespo era uma menina de apenas 8 anos de idade, que foi violada e violentamente assassinada em 18 de maio de 1973. Este crime, apesar de hediondo, ainda segue impune. O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi instituído oficialmente no país através da lei nº 9.970, de 17 de maio de 2000.


Conhecendo o abusador.

         Na maioria dos casos de abuso sexual infantil, o abusador é alguém que a  criança conhece, convive, confia e ama. Na maior parte das vezes, ele é membro da família e dispõe de certo poder sobre a vítima, como pai padrasto, irmãos, primos, tios ou avós.

         Fora do âmbito familiar, o abuso também pode acontecer e o abusador costuma ser alguém conhecido da criança e com quem ela tem uma relação de confiança, como amigos da família, vizinhos, educadores, médicos, psicólogos, responsáveis por atividades de lazer e até técnicos de modalidades esportivas. Raras vezes o abusador é uma pessoa desconhecida.

 

Quais as consequências do abuso sexual infantil?

         Uma criança abusada sempre sofrerá seqüelas dessa violência, desenvolvendo principalmente problemas de relacionamento e até de comportamento, como o abuso de drogas e medicamentos na adolescência, atitudes agressivas, quadro depressivo. A vítima poderá apresentar sentimentos confusos e nem sempre a criança consegue compreender o que está acontecendo no momento, percebendo a situação posteriormente, quando ela processa que aquilo vivido foi uma agressão. É comum que essas crianças cresçam com sentimentos como:

  • Medos aparentemente infundados;
  • Culpa;
  • Imagem corporal negativa;
  • Dificuldades para estabelecer confiança interpessoal.

 

Seguem alguns livros que ajudam a trabalhar o tema de forma suave com o público infantil.
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Como a sociedade pode ajudar na prevenção do abuso sexual infantil?
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